Isabel nasceu no Palácio da Aljaferia, Saragoça, Espanha, em 4 de janeiro de 1271. Entre seus antepassados estão muitos santos, reis e imperadores. Era a filha mais velha do rei Pedro III de Aragão, e de Constança de Hohenstaufen, princesa da Sicília.
Foi sobrinha-neta de Santa Isabel da Hungria também considerada santa pela Igreja Católica. O parentesco vem através da avó paterna Iolanda da Hungria, meia irmã de Isabel da Hungria.
Sem querer ocupar-se com a educação da filha, o monarca determinou que fosse cuidada pelo avô, Tiago I, que se convertera ao cristianismo e levava uma vida voltada para a fé. Sorte da pequena futura rainha, que recebeu, então uma formação perfeita e digna no seguimento de Cristo.
Tinha apensa doze anos quando foi pedida em casamento por três príncipes, como nos contos de fadas. Seu pai escolheu o herdeiro do trono de Portugal, dom Diniz. Esse casamento significou para Isabel uma coroa de rainha e uma cruz de martírio, que carregou com humildade e galhardia nos anos seguintes de sua vida.
Isabel é tida como uma das rainhas mais belas das cortes espanhola e portuguesa; além disso, possuía uma forte e doce personalidade, era também muito inteligente, culta e diplomata. Ela deu dois filhos ao rei: Constância, que seria no futuro rainha de Castela, e Afonso, herdeiro do trono de Portugal. Mas eram incontáveis as aventuras extraconjugais do rei, tão conhecidas e comentadas que humilhavam profundamente a bondosa rainha perante o mundo inteiro.
Ela nunca se manifestava sobre a situação, de noda reclamava e a tudo perdoava, mantendo-se fiel ao casamento em Deus, que fizera. Criou os filhos, inclusive os do rei fora do casamento, dentro dos sinceros preceitos cristãos.
Perdeu cedo a filha e o genro, criando ela mesma o neto, também um futuro monarca. Não bastassem essas amarguras familiares, foi vítima das desavenças políticas do marido com parentes, e sobretudo do comportamento de seu filho Afonso, que tinha uma personalidade combativa. Depois, ainda foi caluniada por um cortesão que dela não conseguiu se aproximar. A rainha muito sofreu e muito lutou até provar inocência de forma incontestável.
Sua atuação nas disputas internas das cortes de Portugal e Espanha, nos idos dos séculos XIII e XIV, está contida na história dessas cortes como a única voz a pregar a concórdia e conseguir a pacificação entre tantos egos desejosos de poder. A ao mesmo tempo que ocupava o seu tempo ajudando a amenizar as desgraças do povo pobre e as dores dos enfermos abandonados, com a caridade de sua esmola e sua piedade cristã.
Ergueu o Mosteiro de Santa Clara de Coimbra para os jovens piedosas da corte, O mosteiro cisterciense de Almoste e o santuário do Espírito Santo em Alenquer. Também fundou, em Santarém, o Hospital dos Inocentes, para crianças cujas mães, por algum motivo, desejavam abandonar. Com suas posses sustentava asilos e creches, hospitais para velhos e doentes, tratando pessoalmente dos leprosos. Sem dúvida foi um perfeito símbolo de paz, do seu tempo.
Quando o marido morreu, em 1335, Isabel recolheu-se no mosteiro das clarissas de Coimbra, onde ingressou na Ordem Terceira Franciscana. Antes, porém, abdicou se seu título de nobreza, indo depositar a coroa real no altar de São Tiago de Compostela. Doou toda a sua imensa fortuna pessoal para as suas obras de caridade. Viveu o resto da vida em pobreza voluntária, na oração, piedade e mortficicação, atendendo os pobres e doentes, marginalizados.
A rainha Isabel de Portugal morreu, Em Estremoz, no dia 4 de julho de 1336. Venerada como santa, foi sepultada no Mosteiro de Coimbra e canonizada pelo papa Urbano VIII em 1665. Santa Isabel de Portugal foi declarada padroeira desta país, sendo invocada pelos portugueses como "a rainha santa da concórdia e da paz".
ORAÇÃO A SANTA ISABEL DE PORTUGAL
Altíssimo e Soberano Senhor Nosso, que quisestes dar-nos exemplos nos vossos servos, não somente nos claustros e desertos, onde santificastes tantas almas, mas também nos tronos dos reis, e no meio da grandeza e magnificência dos palácios colocastes a virtude, para nos desenganardes de que em todos os estados pode haver o espírito de cristianismo e a salvação. Sois vós quem na Rainha Santa Isabel, nos destes o exemplo de um ânimo pacificador, humilde, generoso e caritativo, virtudes t
ao dificultosas no meio da grandezas humanas, pelo que sejais, pra sempre, bendito e louvado.
Nós vos pedimos, Senhor, por intercessão desta Santa Rainha, que tão grande foi no mundo e que não é menor no céu, as graças de que tanto precisamos (fazer o pedido); de modo particular a paz em nossos corações e nossos lares. Ó Deus, que sois tão admirável entre vossos santos, compadecei-Vos de nossas misérias e deixai-Vos mover das preces de vossa serva: excite-se a nossa sonolência, anima-se a nossa franqueza: recebamos todos novo ânimo na devoção desta grande serva vossa, reformem-se nossos costumes, e preparem-se assim para nós os caminhos da eterna felicidade. Amém
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