NOSSA SENHORA DE LOURDES e sua devoção começaram no dia 11 de fevereiro de 1858, na pequena vila de Lourdes, França. Nesse dia, três amigas foram buscar lenha na mata que ficava perto da vila: Bernadete Soubirus de 14 anos, sua irmã Marie Toinette de 11 anos e a amiga Jeane Abadie, de 12 anos.
A caminho do rio Gave, passaram por uma gruta. Ali, Bernadete ouviu a voz de uma mulher chamando-a carinhosamente. A voz vinha de dentro da gruta. Curiosa e obediente, Bernadette entrou e viu a figura de uma jovem senhora vestida de branco, com uma faixa azul na cintura e um rosário de contas de pérolas em sua mão.
As duas começaram a rezar juntas, e pouco depois, Maria desapareceu. Por um período de cinco meses, Nossa Senhora de Lourdes apareceu para as três meninas, sempre marcando o dia e a hora que iria aparecer para elas.
A notícia se espalhou e o povo começa a ir à gruta querendo ver Nossa Senhora. Porém, só Bernadete a Via. Por isso, ela foi vítima de agressões e zombarias.
O próprio governo francês se envolveu na polêmica e interditou a gruta por um determinado tempo. Nessa ocasião. Bernadete, porém, fortalecida pela graça de Deus, se manteve firme e insistia que Nossa Senhora pediu para que se construísse uma capela no local das aparições.
Tanto a população a Igreja desconfiaram de Bernadete e das crianças que viam Nossa Senhora de Lourdes. E esta resistência começou a ficar muito séria. Por isso, Nossa Senhora, numa de suas últimas aparições, disse a Bernadete que fosse à gruta em determinado dia e hora e começasse a cavar o chão com as próprias mãos. Bernadete obedeceu e no local onde ela cavou, a brotar água e nunca mais parou. E era sabido por todos que ali, era um lugar seco onde jamais tivera fonte de água.
Ao saber da água que brotou na gruta, o povo começou a ir até lá em busca de cura. Então, começaram a acontecer curas inexplicáveis entre o povo que se banhava nas águas da gruta de Lourdes. Curas de pessoas deficientes físicas, paraplégicas e de enfermidades incuráveis, confirmadas por médicos e cientistas. As curas, aliás, nunca deixaram de acontecer em Lourdes até hoje. Tanto que lá existe uma comissão de médicos pronta para avaliar e atestar se determinada cura foi ou não um milagre.
Uma das grandes revelações de Maria de Lourdes foi afirmar que Ela era a Imaculada Conceição, título que o Papa Pio IX havia dado a Maria 4 anos antes em Roma. Bernadete e as meninas não tinham conhecimento disso. Esse título é um Dogma de Fé da Igreja, uma verdade de fé que os católicos acreditam.
No ano de 1876 foi edificada a Basílica de Lourdes no local em que Maria havia aparecido. Um local que recebe anualmente milhões de peregrinos do mundo inteiro. Hoje este Santuário está em uma área com várias Igrejas e ouras instituições construídas em torno da gruta.
Bernadete foi Canonizada pelo Papa Pio XI no dia 8 de dezembro do ano de 1933 e Lourdes tornou-se um dos maiores locais de visitação dos peregrinos do mundo todo.
A grande mensagem de Nossa Senhora em Lourdes é uma mensagem de conversão e de penitência. Nossa Senhora chamou insistentemente que aqueles que estão distantes de Deus voltem para a cada do Pai, pois estamos num tempo de grandes dificuldades. Oração do Terço, penitência e conversão, está é a grande mensagem de Nossa Senhora de Lourdes.
SIGNIFICADO E SIMBOLISMO DE NOSSA SENHORA DE LOURDES
Graças à descrição de Bernadete é que temos a imagem de Nossa Senhora de Lourdes. Vamos compreender seus símbolos.
A túnica branca: símbolo da pureza, santidade e inocência. O branco também é o símbolo da paz. Por isso, quando Nossa Senhora aparece de branco, ela anuncia a paz, a pureza de coração e a santidade que todos nós devemos procurar em nossa vida.
O cinto azul: está amarrado à túnica branca, ligado a ela. O azul é o símbolo do céu. Nossa Senhora que dizer com isso que o céu, a vida eterna junto de Deus está intimamente ligado a uma vida de busca de santidade e pureza de coração neste mundo.
As mãos postas em oração: representa o pedido insistente da Mãe do Céu para que todos rezemos pela nossa salvação e a de toda humanidade.
O terço pendurado no braço direito: o terço pendurado no braço direito de Nossa Senhora de Lourdes complementa a mensagem das mãos postas: a oração que nossa Senhora pede a todos é a oração do Santo Rosário ou, pelo menos, do terço. A Virgem de Lourdes pediu muitas vezes que os cristãos rezassem o terço para que grandes catástrofes fossem evitadas e para evitar que muitas almas se perdessem.
O véu: O véu branco de Nossa Senhora de Lourdes significa que a pureza, a santidade e a paz devem estar também sobre nossa cabeça, ou seja, em nossa mente. Nossas forças intelectuais devem tanbém estar puras, devem procurar promover a paz. Para isso, nossa mente deve ser alimentada com aquilo que é bom, com aquilo que elava nossa vida e nosso conhecimento.
As duas rosas sobre os pés de Nossa Senhora de Lourdes: A imagem de Nossa Senhora de Lourdes apresenta um símbolo diferente: sobre cada um dos pés da Virgem, existe uma rosa. A rosa representa a promessa messiânica, ou seja, representa a promessa que Deus fez de enviar um Salvador ao mundo. Estando sobre os pés de Nossa Senhora significa os passos da Mãe nos levam para o Salvador, seu filho Jesus. Maria nunca aponta para si mesma. Ela não busca e não precisa de glórias para si. Ela sempre aponta para Jesus. Ela sempre nos leva para Jesus, aquele que pode realmente nos salvar.
Doze raios saindo da cabeça de Nossa Senhora: Os doze raios representam as graças que a humanidade recebe a partir da Doutrina da Igreja, alicerçada sobre os doze Apóstolos. É uma confirmação de que a Virgem apareceu em Lourdes, também em nome da igreja de Cristo.
A frase sobre a cabeça de nossa Senhora de Lourdes: A imagem de Nossa Senhora de Lourdes apresenta também uma frase que circunda a cabeça da Virgem. Trata-se de uma frase escrita em francês: 'Je suis L'immaculée Concepcion'. Esta frase tem um significado profundo: 'Eu sou a Imaculada Conceição'. Que dizer que a Virgem Maria foi concebida sem o pecado original. Esta foi a grande mensagem de Nossa Senhora em Lourdes. O papa Pio IX tinha dado esse título a Maria quatro anos antes. Bernadete, analfabeta, vivendo num vilarejo esquecido da França, não sabia o significado dessas palavras e este foi o sinal para que as autoridades eclesiásticas acreditassem. Esta frase dá todo sentido à vestimenta branca de Nossa Senhora em Lourdes: a Imaculada Conceição é pura e sem mancha desde o momento em que foi concebida no vente materno.
ORAÇÃO A NOSSA SENHORA DE LOURDES.
Ó Virgem Puríssima, Nossa Senhora de Lourdes, que vos dignastes aparecer a Bernadete, no lugar solitário de uma gruta, para nos lembrar eu é nos sossego e recolhimento que Deus nos fala, e nós falamos com Ele. Ajudai-nos a encontrar o sossego e a paz da alma, que nos ajudam a conservar-nos sempre unidos em Deus. Nossa Senhora da gruta, dai-me a graça que vos peço e tanto preciso (fazer os pedidos). Nossa Senhora de Lourdes, rogai por nós'.
AS APARIÇÕES DE NOSSA SENHORA DE LOURDES
Santa Bernadette Soubirous redigiu de próprio punho, em sete ocasiões, a descrição da aparição, acrescentando novos detalhes em cada uma das versões. Eis um apanhado tão completo quanto possível de todos eles. Vamos conhecer os relatos:
1° APARIÇÃO
11 de fevereiro de 1858.
Acompanhada por sua irmã e uma amiga, Bernadette foi à gruta de Massabielle, nas margens do Rio Gave de Pau, para recolher madeira seca para aquecer a pequena casa da sua família.
"Quando estávamos no moinho, eu lhes perguntei se queriam ver onde a água do canal se encontrava com o Gave. Elas me responderam que sim. De lá, seguimos o canal e nos encontramos diante de um gruta, não podendo mais prosseguir".
"Minhas duas companheiras se colocaram em condições de atravessar a água que estava diante da gruta. Elas a atravessaram e começaram a chorar. Perguntei-lhes por que choravam, e disseram-me que a água estava gelada".
"Pedi que me ajudassem a jogar pedras na água, para ver se podia passar sem tirar meus sapatos, mas disseram-me que devia fazer como elas, se quisesse. Fui um pouco mais longe, para ver se podia passar sem tirar meus sapatos, mas não poderia"
Esta preocupação se explica porque Bernadette sofria de asma, e a mãe não queria que tomasse friagem. Nessa ocasião ela catava galhos secos para aquecer a mísera habitação onde sua família arruinada era constrangida a viver. Prossegue o relato de Bernadette.
"Então, regressei diante da gruta e comecei a tirar os sapatos. Tinha acabado de tirar a primeira meia, quando ouvi um barulho como se fosse uma ventania".
"Então girei a cabeça para o lado do gramado, do lado oposto da gruta. vi que as árvores não se moviam, então continuei a tirar meus sapatos".
"Ouvi mais uma vez o mesmo barulho. Assim que levantei a cabeça, olhando a gruta, vi uma Dama vestida de branco. Tinha um verstido branco, um véu branco, um cinto azul e uma rosa em cada pé, da cor da corda do seu terço".
"Eu pensava ser vítima de um ilusão. Esfreguei os olhos, porém olhei de novo e vi sempre a mesma Dama. Coloquei a mão no bolso, para pegar o meu terço. Queria fazer o sinal da cruz, mas em vão. Não pude levar a mão até a testa, a mão caía".
"Então o medo tomou conta de mim, era mais forte que eu. Todavia, não fugi. A dama tomou o terço que segurava entre as mãos e fez o sinal da cruz. Minha mão tremia, porém tentei uma segunda vez, e consegui. Assim que fiz o sinal da cruz, desapareceu o grande medo que sentia, e fiquei tranquila".
"Coloquei-me de joelhos. Rezei o terço, tendo sempre ante meus olhos aquele bela Dama. A visão fazia escorrer o terço, mas não movia os lábios. Quando acebei o meu terço, com o dedo Ela fez-me sinal para me aproximar, mas não ousei. Fiquei sempre no mesmo lugar. Então desapareceu imprevistamente".
"Comecei a tirar a outra meia para atravessar aquele pouco de água que se encontrava diante da gruta para alcançar as minhas companheiras e regressarmos. No caminho de volta, perguntei às minhas companheira se não haviam visto algo".
- Não
"Perguntei-lhe mais uma vez, e disseram-me que não tinham visto nada. Eu lhes roguei que não falassem nada a ninguém. Então elas interrogaram:
- E tu viste algo?
Eu lhes disse que não.
- Se não viste nada, eu também não.
"Pensava que tinha me enganado, Mas retornando a casa, na estrada me perguntavam o que tinha vista. Voltavam sempre àquele assunto".
"Eu não queria lhes dizer, mas insistiram tanto, que decidi dizê-lo, mas na condição de que não contassem para ninguém. Prometeram-me que manteriam o segredo".
"Mas assim que chegaram às suas casas, a primeira coisa que contaram foi que eu tinha visto uma Dama vestida de branco. Esta foi a primeira vez".
2° APARIÇÃO
14 de fevereiro de 1858.
Apesar de ter sido proibida pelos pais de voltar à gruta, Bernadette sentiu um força interior atraindo-a para lá. De tanto ela insistir, sua mãe acabou permitido que ela fosse.
Nos conta Bernadette:
"A segunda vez foi no domingo seguinte. Voltei com várias moças, para ver se não tinha enganado. Eu me sentia muito constrangida interiormente. Minha mãe tinha-me proibido voltar. Depois da missa cantada, as outras duas jovens e eu fomos mais uma vez pedir licença a minha mãe. Ela não queria. Dizia-me temer que caísse na água. Temia que não voltasse para assistir às vésperas. Prometi que sim, e deu-me então a permissão para ir".
"Fui à paróquia, pegar uma garrafinha de água benta para jogá-la na visão quando estivesse na gruta, se a visse. E saímos para a gruta. Ao chegarmos lá, cada uma tomou o seu terço e nos ajoelhamos para rezá-lo. Apenas tinha acabado de reza a primeira dezena, quando vi a mesma Dama" (Somente Santa Bernadette via e ouvia Nossa Senhora)".
"Então comecei a jogar água benta nela, dizendo que se vinha da parte de Deus, que permanecesse; se não, que fosse embora; e me apressava sempre a jogar-lhe água. Ela começou a sorrir, a inclinar-se. Mais, água eu jogava, mais sorria e girava a cabeça, e mais a via fazer aqueles gestos. Eu então tomada pelo temor, me apressava a aspergi-la mais, e assim o fiz até que a garrafa ficou vazia. Quando terminei de rezar meu terço, Ela desapareceu e não me disse nada. Nós nos retiramos para assistir às vésperas".
3° APARIÇÃO
18 de fevereiro de 1858.
Este foi o dia no qual a Senhora falou pela primeira vez.
"Ela só me falou na terceira vez. Foi na quinta-feira seguinte: Fui ali com algumas pessoas importantes, que me aconselharam a pegar papel e tinta e lhe pedisse que, se tinha algo a me dizer, que tivesse a bondade de colocá-lo por escrito".
"Tendo chegado lá, comecei a recitar o terço. Após ter rezado a primeira dezena, vi a mesma Dama. Transmitir esse pedido à Senhora. Ela se pôs a sorrir, e me disse que aquilo que tinha para me dizer, não era necessário escrevê-lo.
4° APARIÇÃO
19 de fevereiro de 1858.
Atendendo ao pedido feito pela Senhora, Bernadette voltou à gruta.
Nesse dia, inspirada pelo exemplo das pessoas que a tinham acompanhado na véspera, pela primeira vez ela levou uma vela acesa.
E continuou a fazer isso nos dias seguintes.
Isso deu origem à tradição de levar velas e acendê-las em frente à gruta, seguida até hoje pelos peregrinos em Loudes e uma das características marcantes do Santurário.
5° APARIÇÃO
20 de fevereiro de 1858.
Nesse dia, a Senhora ensinou a Bernadette uma oração pessoal.
No final da visão, quando a Senhora despareceu ela sentiu uma grande tristeza.
6° APARIÇÃO
21 de fevereiro de 1858.
Nesse domingo, a Senhora apareceu para Bernadette de manhã, muito cedo.
A notícia a respeito das aparições já tinha começado a se espalhar e cerca de cem outras pessoas estavam presentes em frente à gruta.
Voltando à cidade, Bernadete foi interrogada pelo comissário de polícia Jacomet, que queria que ela lhe contasse o que ela tinha visto.
7° APARIÇÃO
23 de fevereiro de 1858.
Cercada por 150 pessoas, Bernadette chegou à gruta.
Desta vez, a senhora lhe revelou um segredo, que era "apenas para ela sozinha".
8° APARIÇÃO
24 de fevereiro de 1858.
Neste dia, a mensagem da Senhor foi:
"Penitência! Penitência! Penitência! Orem a Deus pelos pecadores".
O delegado Jacomet hostilizou a multidão: "Como é possível que em pleno século XIX haja ainda tantos idiotas"! exclamou.
Os fiéis responderam com cânticos marianos. Contou Jean-Baptiste Estrade, cobrador de impostos em Lourdes, que pouco tempo depois de ter entrado em êxtase, com alguém que recebe uma má notícias, Bernadette deixou cari os braços, e abundantes lágrimas começaram a correr pela sua face.
Ela subiu de joelhos o aclive que precede a cavidade, osculando a cada passo o chão. voltou-se depois em direção à multidão de 300 pessoas.
Com a voz marcada pelos soluços, referiu à multidão o pedido de Nossa Senhora:
"Penitência, penitência, penitência!" e "rezai a Deus pela conversão dos pecadores"; além da recomendação de "beijar a terra em penitência pelos pecadores".
"Penitência, penitência, penitência" - lembremos que em Fátima, em 1917, Nossa Senhora faria ainda um derradeiro apelo, em termos ainda mais cogentes e dramáticos.
9° APARIÇÃO
25 de fevereiro de 1858.
A afluência de público atingiu aproximadamente 350 pessoas. Bernadette obedecia em êxtase às ordens da nobre Senhora, subindo até a gruta e beijando a terra com uma agilidade surpreendente.
Eis o que narrou Santa Bernadette:
"A Senhora me disse que eu deveria beber da fonte e lavar-me nela. Mas, como não a via, fui beber no Gave. Ela me disse que não era ali, e me fez um sinal com o dedo para ir à gruta, mostrando-me a fonte. Eu fui, mas só vim um pouco de água suja".
Nossa Senhora ordenou também a Bernadette comer grama da gruta.
"Ela me disse para comer da erva que se encontra no mesmo local onde eu fui beber. Foi só uma vez, ignoro por quê".
Uma vez interrogada, ela respondeu: "A Senhora me levou a fazê-lo, com um movimento interior".
Nossa Senhora pediu-lhe que se lavasse com aquela água: "Ide a beber da fonte, e lavai-vos ali". Seu rosto ficou então sujo. A multidão não compreendia o que se passava, e começou a achar que a vidente estava louca.
A cena, uma das mais transcendentais na história de Lourdes, num primeiro momento desiludiu a todos.
26 de fevereiro de 1858.
Nova proibição.
Aproveitando a momentânea confusão, as autoridades baixaram um nova medida de proibição da pessoas irem a gruta. Mesmo assim 600 pessoas foram ao local, porém a Senhora não apareceu.
10° APARIÇÃO
27 de fevereiro de 1858.
Uma multidão de mais de 800 pessoas aguardava Bernadette na Gruta por volta das 6:30 h.
Por 15 minutos Bernadette caminhou de joelhos e beijou o chão várias vezes. Em seguida comandou a multidão por duas vezes, com gestos, para que repetisse aquele ato de penitência. Só na segunda vez os presentes obedeceram.
A partir daquele dia, o chão e a pedra sagrada de Massabielle são cobertos de beijos de pessoas de todos o mundo.
11° APARIÇÃO
25 de fevereiro de 1858.
Caía uma chuva fina e constante, e fazia um frio terrível, enquanto cerca de 1200 pessoa se encontravam na Gruta desde o amanhecer.
Bernadette chegou às 7 horas.
Pôs-se de joelhos, rezou o terço e beijou a terra, enquanto um potente sopro pareceu passar sobre os presentes.
Todos ou quase todos os espectadores se ajoelharam, rezaram e beijaram o chão com Bernadette.
12° APARIÇÃO
1 de março de 1858.
Desta vez, o pai de Bernadette acompanhou a filha à Gruta. Desde cedo, havia ali por volta de 1.500 pessoas.
A pedido, a vidente tinha levado o terço de uma outra pessoa, mas no hora de rezá-lo a Dama lhe perguntou:
"Onde está o teu terço?"
Bernadette tirou-o então do bolso. Sorrindo, a Virgem lhe disse:
"Usai-o".
A Santa repetia os gestos: comer ervas, beber e se lavar com a água da gruta. O povo começou a imitá-la, e se constatou que a água brotava cada vez mais límpida e abundante.
Entre os assistentes por primeira e única vez esteve um sacerdote. Foi o Padre Antoine Dezirat, que ignorava a interdição ao clero de comparecer ao local.
Ele escreveu: "Só Bernadette viu a aparição, mas todo o mundo tinha como que o sentimento de sua presença. [...] Respeito, silêncio, recolhimento, reinavam por todo lado. [...] Oh! como estava bom. Eu acreditava estar no vestíbulo do Paraíso!".
Na noite daquele dia aconteceu o primeiro milagre. Catherine Latapie, grávida de nove meses, tinha paralisados dois dedos da mão direita. O mal lhe impedia atender às necessidades do lar e dos filhos. Ela imergiu a mão na água e sentiu um grande bem-estar, com os dedos movimentando-se naturalmente.
13° APARIÇÃO
2 de março de 1858.
Nessa data, Bernadette teve só uma breve visão da Dama. havia por volta de 1650 pessoas.
"Ela me disse que eu devia dizer aos padres para construir uma capela aqui".
E contou como cumpriu essa missão:
"Fui procurar o senhor pároco, para lhe dizer que a Senhora me tinha ordenado de ir dizer aos padres para construir ali uma capela. Ele me olhou um momento, e logo me perguntou num tom incomodado quem era essa Senhora. Eu lhe respondi que não sabia. Então ele me encarregou de perguntar a ela o nome, e de voltar para lhe contar".
"A Senhora disse: 'Devem vir aqui em procissão'" - contou a vidente ao pároco, Padre Dominique Peyramale. Para o sacerdote, isso foi demais.
14° APARIÇÃO
3 de março de 1858.
Três mil pessoas se apinhavam em torno da gruta. Santa Bernadette rezou por muito tempo. Mas se levantou com os olhos repletos de lágrimas, e clamou: "Não me apareceu".
No mesmo dia, após a aula, sentiu um convite interior de Nossa Senhora, Retornou à gruta, e desta vez A viu.
Bernadette cumpriu a ordem do pároco:
"Eu lhe perguntei seu nome, por parte do senhor pároco. Mas ela não fazia outra coisa senão sorrir. Voltando, fui à casa do senhor pároco para dizer-lhe que tinha cumprido a missão, mas que não tinha recebido outra resposta senão um sorriso. Então ele me disse que ela zombava de mim, e que eu faria bem de nunca mais voltar. Mas eu não podia me impedir de ir".
Fechando a questão, o Padre Peyramale orientou: "Se a Senhora deseja realmente uma capela, que diga seu nome e faça florescer a roseira da Gruta".
15° APARIÇÃO
4 de março de 1858.
A quinzena de aparições conclui-se no dia 4 de março. Desta vez reuniram-se entre oito e vinte mil pessoas, segundo as versões. Havia avidez de um milagre.
O delegado de polícia revistou a gruta e as proximidades, à procura de alguma espécie de fogo de artifício que servisse para simular uma aparição, mas nada encontrou. Bernadette era amparada por um grupo de guardas que continha a multidão.
O êxtase durou quase uma hora, sem que acontecesse algo extraordinário.
Ela disse: "Oh, sim, Ela via voltar. Mas agora já não é mais necessário que eu vá à gruta. Quando ela voltar, então será necessário que eu retorne à gruta. Ela far-me-á saber".
16° APARIÇÃO
25 de março de 1858.
Os milagres continuavam se multiplicando, e ao mesmo tempo iam se arrefecendo as resistências do pároco. Durante 20 dias, Bernadette não voltou à gruta. Sentiu o chamado de Nossa Senhora nas primeiras horas da festas da Anunciação. Então foi à gruta.
"Depois dos quinze dias, eu lhe perguntei de novo seu nome, três vezes seguidas. Ela sorria sempre. Por fim ousei uma quarta vez, e foi então que ela, com os dois braços ao longo do corpo [como na Medalha Milagrosa], levantou os olhos ao Céu e depois me disse, juntando as mãos na altura do peito, que ela era a Imaculada Conceição.
"Então eu voltei de novo à casa do senhor pároco, para lhe contar que ela me tinha dito que era a Imaculada Conceição. Ele me perguntou se eu estava bem segura. Respondi que sim, e que para não esquecer essa palavra eu a tinha repetido durante todo o caminhos".
Santa Bernadette não sabia o significado de "Imaculada Conceição", cujo dogma o Bem-Aventurada Papa Pio IX proclamara poucos anos antes, deixando prostrados os partidários da Revolução e empolgando os devotos de Nossa Senhora no mundo inteiro!.
O pároco custou a conter as lágrimas. "Ela que mesmo a capela", murmurou Santa Bernadette. A partir desse momento, o sacerdote mudou de atitude.
17° APARIÇÃO
7 de abril de 1858.
A virgem chamou-a já durante a noite de 6 de abril. Tendo-se espalhado que a vidente irai à gruta, 1200 pessoas já a aguardavam quando ela chegou por volta das 6 horas.
O êxtase durou 45 minutos. O Dr. Dozous e outros constataram durante 15 minutos o "milagre do círio":
Bernadette juntou as mãos sobre o fogo de um círio, como para protegê-lo do vento.
A chama encostava na pele das mãos e saía entre seus dedos. "Está se queimando", bradou alguém. Mas a vidente prosseguia, insensível.
O médico verificou depois que ela não tinha sofrido qualquer queimadura.
18° APARIÇÃO
16 de julho de 1858.
ÚLTIMA APARIÇÃO
O chamado de Nossa Senhora surpreendeu Bernadette ao anoitecer, quando ela se encontrava em oração na igreja paroquial.
A gruta tinha sido fechada com tapumes, por ordem das autoridades hostis à aparição.
Bernadette foi então com sua tia Lucile e algumas amigas para o outro lado do rio Gave, diante da Gruta. Todas se ajoelharam e rezaram.
Após alguns instantes, as mãos de Bernadette afastaram-se em sinal de maravilhada surpresa, como por ocasião da quinzena de aparições. Terminando o êxtase, e voltando à casa, ela confidenciou: "Eu não via os tapumes nem o Gave. Parecia-me esta na gruta, na mesma distância das outras vezes. Eu via somente a Virgem".
Esta última aparição ocorreu na festa de Nossa Senhora do Monte Carmelo. Sintomaticamente, em 13 de outubro de 1917, depois do milagre do sol em Fátima, Nossa Senhora se mostrou revestida do hábito da Ordem do Carmo.
Foi a última despedida na Gruta. Santa Bernadette Soubirous somente voltaria a ver Nossa Senhora 21 anos depois, em Nevers, no dia 16 de abril de 1879, quando deixou esta terra de exílio para contemplá-la eternamente no Céu!
MILAGRES DE NOSSA SENHORA DE LOURDES RECONHECIDOS PELA IGREJA.
70 milagres de Lourdes foram proclamados oficialmente pela Igreja.
Mais de 7.000 curas foram qualificadas de inexplicáveis pela ciência. Os bispos decidirão se as reconhecem canonicamente como milagre.
1°) lugar o nome e local de residência do miraculado;
2°) a doença curada;
3°) idade do doente e data da cura;
4°) diocese e data do reconhecimento do milagre.
Eis a lista dos 70:
1. Senhota Catherine Latapie, apelidada Chouat, de Loubajac (França). Paralisia havia 18 meses. Por volta de 38 anos, no dia 01-03-1858. Tabes, 18-01-1862.
2. Senhor Louis Bouriette, de Lourdes (França). Perda da vista havia 20 anos. 54 anos em março de 1858. Tarbes, 18-01-1862.
3. Senhora Blaisette Cazenave, (nascida Soupène), de Lourdes (França). Oftalmia crônica havia 3 anos. Por volta de 50 anos, março de 1858. Tarbes, 18-01-1962.
4. Senhor Henri Busquet, de Nay (França). Adenite com úlcera havia 15 meses. Por volta de 15 anos, em 28-04-1858. Tabes, 18-01-1862.
5. Senhor Justin Bouhort, de Lourdes (França). Atraso de desenvolvimento e consumição física. 2 anos em 06-07-1858. Tarbes, 18-01-1862.
6. Senhora Madeleine Rizan, de Nay (França) Hemiplegia do lado. 58 anos aproximadamente em 17-10-1858. Tarbes, 18-01-1862.
7. Senhorita Marie Moreau, de Tartas (França). Perda da vista com lesões inflamatórias havia 10 meses. 17 anos aproximadamente em 09-11-1858. Tarbes, 18-01-1862.
8. Senhor Pierre de Rudder, de Jabbeke (Bélgica). Fratura exposta da perna esquerda com seudo-artrose. 52 anos em 07-04-1875. Bruges (Bélgica) 25-07-1908.
9. Senhorita Joachime Dehant, de Gesves (Bélgica. Ulcera da perna direita com gangrena muito desenvolvida. 29 anos em 13-09-1878. Namur (Bélgica) 25-04-1908.
10. Senhorita Elisa Seisson, de Rognonas (França). Hipertrofia do coração com edemas nos membros inferiores. 27 anos em 29-08-1882. Aix-en-Provence 02-07-1912.
11. Irmã Eugenia, (Marie Mabille), de Bernay (França). Abscesso com fístulas, flebite. 28 anos em 21-08-1883. Evreux 30-08-1908.
12. Irmã Julienne, (Aline Bruyère), de La Roque (França). Tuberculose pulmonar. 25 anos em 01-09-1889. Tulle 07-03-1912.
13. Irmã Joséphine-Marie, (Anne Jourdain), de Goincourt (França). Tuberculose pulmonar. 36 anos em 21-08-1890. Beauvais 10-10-1908.
14. Senhorita Amélie Chagnon, (Religiosa do Sagrado Coração em 25.09.1894), de Poitiers (França). Osteoartrite tuberculosa no joelho e no pé. 17 anos em 21-08-1891. Tournai (Bélgica) 08-09-1910.
15. Senhorita Clémentine Trouvé, (Irmã Agnès-Marie), de Rouille (França). Osteoperiostite do pé direito com flebite. 14 anos em 21-08-1891. Paris 06-06-1908.
16. Senhorita Marie Lebranchu, (Senhora Wuiplier), de Paris (França). Tuberculose pulmonar. 35 anos em 20-08.1892. Paris 06-06-1908.
17. Senhorita Marie Lamechand, (Senhora Authier), de Caen (França). Tuberculose pulmonar com úlceras no rosto e na perna. 18 anos em 21-08-1892. Paris 06-06-1908.
18. Senhorita Elise Lesage, de Bucquoy (França). Osteoartrite tuberculosa do joelho. 18 anos em 21-08-1892. Arras 04-02-1908.
19. Irmã Maria da Apresentação, (Sylvanie Delporte), de Lille (França). Gastrenterite crônica tuberculosa. 46 anos em 29-08-1892. Cambrai 15-08-1908.
20. Padre Cirette, de Beaumontel (França). Esclerose espinal. 46 anos em 31-08-1893. Evreux 11-02-1907).
21. Senhorita Aurélie Huprelle, de Saint-Martin-le-Noeud (França). Tuberculose pulmonar aguda. 26 anos em 21-08-1895. Beauvais 01-05-1908.
22. Senhorita Esther Brachmann, de Paris (França). Peritonite tuberculosa. 15 anos em 21-08-1896. Paris 06-06-1908.
23. Senhorita Jeanne Tulasne, de Tours (França). Mal de Pott lombar. 20 anos em 08-09-1897. Tours 27-10-1907.
24. Senhorita Clémentine Malot, de Gaudechart (França). Tuberculose pulmonar. 25 anos em 21-08-1898. Beauvais 01-11-1908.
25. Senhora Rose François, (nascida Labreuvoies), de Paris (França). Fleimão com fistulas no braço direito e enorme edema. 36 anos em 20-08-1899. Paris 06-06-1908.
26. Padre Salvador, de Rouelle (França). Peritonite tuberculose. 38 anos em 25-06-1900. Rennes 01-07-1908.
27. Irmã Maximilien, (Religiosa da Esperança) de Marselha (França). Quisto no fígado e flebite na perna esquerda. 43 anos em 20-05-1901. Marselha 05-02-1908.
28. Senhorita Marie Savoye, de Cateau-Cambresis (França). Doença mitral reumática descompensada. 24 anos em 20-09-1901. Cambrai 15-08-1908.
29. Senhora Johanna Bézenac, (
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