SETEMBRO MÊS DA BÍBLIA

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segunda-feira, junho 10, 2024

HISTÓRIA DOS PAPAS.


Conforme anunciamos, a partir de hoje vamos trazer a histórias dos papas da Igreja, homens que são escolhidos para serem os sucessores de São Pedro para dirigir a Igreja Universal. Durante todos os séculos, 266 homens, foram escolhidos como Sumo Pontífice, e vamos organizar a história deles da seguinte forma: As segundas feiras, os mais novos (iniciando com o Papa Francisco) e nas quintas-feiras os mais antigos (iniciando com São Pedro). 

Caso vocês queiram a biografia de um determinado papa, mande mensagem nas nossas redes sociais.

Mais antes de iniciarmos a nossa viagem pela a história dos papas, vamos ver um resumo de como é escolhido os papas. 

COMO É FEITA A ESCOLHA DE UM PAPA. 
Annuntio vobis gaudium magnum (Anuncio-vos uma grande alegria). Todo Católico já prendeu a respiração, ao ouvir essas palavras, proferidas da Basílica de São Pedro, seguido do Habemus Papam (Nós temos o Papa). Desde que o anúncio começou a ser televisionado, no pontificado de Pio XII, a efusiva alegria pública na Praça de São Pedro é acompanhada no mundo inteiro.

Contudo, mesmo hoje em dia, quando as informações dos eventos mais importantes são difundidos quase em tempo real, e os meios de comunicação conseguem até antecipar alguns fatos, eles pouco conseguem trazer dos bastidores das eleições papais.

Há um motivo para isso: o sigilo e o recolhimento dos cardeais deve-se à necessidade de remover a pressão externa dos eleitores. Nos primeiros séculos, não havia uma norma estruturada de como se escolhia o sucessor; normalmente o eleito era alguém que havia trabalhado em estreita colaboração com o papa anterior. No entanto, tentativas de ingerência da escolha do Sumo Pontífice sempre ocorreram.

O formato atual só foi instituído em 1271, quando os cardeais não conseguiram chegar a um acordo para escolher o sucessor de Clemente IV. Os cristãos da cidade italiana de Viterbe, onde todos se encontravam reunidos, prenderam os cardeais e os mantiveram apenas a pão e água, incitando-os a escolher rapidamente um novo papa. Gregório X, o escolhido, adotou a prática como regra - embora tenha excluído a dieta de pão é água.

Algumas mudanças foram feitas ao logo do tempo para adaptar a eleição às necessidades atuais da Igreja no mundo. As regras adotadas para escolha do Papa Francisco são as que foram confirmadas pelo Santo Papa João Paulo II na Constituição Apostólica Universi Dominici Gregis. Apesar de não sabermos em detalhes como foi escolhido cada pontífice, o rito nos dá uma indicação do que acontece. O resto deixamos pra a imaginação de cada um.

A MORTE DO PAPA
Uma das características mais eminentes da Igreja Católica é que há uma pessoa, um homem que a governa, o sucessor de São Pedro, o Papa. A importância dele para a Igreja é tal que mesmo um concílio ecumênico não pode continuar caso não haja um papa eleito, ficando suspenso até que o novo pontífice o reconvoque.

Portanto, os preparativos para a eleição da autoridade suprema da Igreja começam tão logo seja possível após a morte do anterior, ou de sua renúncia, como foi o caso do Papa Emérito Bento XVI. Normalmente, quando da morte do Papa, há um período de luto de nove dias para a realização do funeral. Atualmente a regra diz que os cardeais devem se reunir em conclave - que, traduzindo livremente do latim, significa "com chave", ou seja, trancados, isolados do mundo exterior - no mínimo quatorze dias e no máximo vinte após a vacância da sede de Roma.

Mas não são todos os cardeais que podem eleger o Papa: o número máximo de cardeais estabelecidos pelo papa São Paulo VI e confirmado por São João Paulo II é de 120, e apenas aqueles com menos de oitenta anos podem votar.

Os cardeais dever representar a Igreja Universal, ou seja, eles provêm de todos os continentes habitados por cristãos. Também estão ligados à Diocese de Roma como chefe titular de alguma igreja, ou como um dos bispos titulares das sedes suburbanas de Roma, ou como patriarcas das Igrejas orientais.

COMO SE PREPARA A ELEIÇÃO DE UM PAPA.
Ao contrário das eleições civis, há todo um ritual para que o Espírito Santo assista os cardeais na escolha do Sumo Pontífice. O "Rito de Entrada do Conclave" começa atualmente com uma missa no período da manhã e com uma pequena procissão à tarde, da Capela Paulina à Capela Sistina. Em algum período antes da deliberação, um cardeal conduz uma meditação sobre os problemas atuais que a Igreja enfrenta e a necessidade de um discernimento cuidadoso na escolha do próximo papa.

A procissão é conduzida pela cruz, seguida pelo Evangeliário, o Secretário do Conclave e o restante dos cardeais, em ordem hierárquica inversa, como é costume nas liturgias católicas.

Durante a caminhada, os cardeais cantam a Ladainha de Todos os Santos, pedindo a sua intercessão enquanto se dirigem ao Conclave. As deliberações e votações ocorrem na própria Capela Sistina, aquela em que se encontram os famosos afrescos de Michelangelo, mas não antes sem uma nova preparação interior.

Na capela, cantam o hino Veni Creator Spiritus (Vem, Espírito Santo) e, em seguida, fazem o juramento de sigilo, que prevê "guardar escrupulosamente o segredo sobre tudo aquilo que, de qualquer modo, se relacione com a eleição do Romano Pontífice, ou que, por sua natureza, durante a vacância da Sé Apostólica, postule o mesmo segredo", conforme consta na constituição apostólica Universi Dominici Grecis.

As portas são então devidamente fechadas cum clave. 

Fumaça negra ou branca?
Dentro da capela, antes de iniciar a votação, três grupos de três cardeais são escolhidos por sorteio: um para coletar as cédulas de quaisquer cardeais doentes que residam na Casa de Santa Marta, outro para escrutinar a contagem das cédulas, e outro para verificar as cédulas e anotações dos escrutinadores, a fim de garantir a precisão. 

Em seguida, cada cardeal delibera em que votará, não podendo votar em si mesmo. Durante a votação, os cardeais eleitores ficam sozinhos. A primeira votação pode acontecer no mesmo dia, mas não é uma obrigatoriedade. Nos dias seguintes, são realizadas duas votações pela manhã e duas pela tarde. O processo acontece até quem o dentre eles tenha mais de dois terços dos votos totais.

As cédulas com o nome escolhido são colocadas em um receptáculo no altar e cada um diz o seguinte: "Chamo por testemunha a Cristo, que saberá que meu voto está sendo dado àquele que, diante de Deus, julgo que deve ser eleito", voltando ao lugar após uma reverência.

Após o último cardeal votar, o receptáculo é sacudido várias vezes pra misturar as cédulas e então passam por uma contagem. Se o número de cédulas for diferente do número de eleitores, as cédulas são queimadas e o processo recomeça. Se tudo ocorre bem, os nomes escolhidos são lidos e registrados pelos cardeais designados para esse fim.

Se nenhum candidato receber mais de dois terços, as cédulas e quaisquer notas referentes são queimadas com palha molhada (ou produtos químicos) para gerar uma fumaça preta e avisar a multidão concentrada na Praça de São Pedro que ainda não há papa.

Caso não haja um eleito depois de três dias, a votação é suspensas por um dia para oração, discussão e exortação espiritual. Há então mais sete votações, e mais uma pausa com o mesmo intuito. Isso pode acontecer por mais duas vezes. Caso não haja solução, os cardeais podem decidir se a próxima eleição será decidida por maioria absoluta, ou uma espécie de "segundo turno", quem que os dois que receberam mais votos na votação anterior podem ser escolhidos por maioria absoluta.

Normalmente os conclaves não demoram tanto. Desde o século XX, o conclave mais demorado não durou mais que cinco dias. Para a eleição do Papa Francisco, por exemplo, foram necessários dois dias e cinco votações.

Quando um papa é eleito, o Decano do Colégio Cardinalício (o cardeal mais velho) pede o consentimento do eleito: "Aceita a sua eleição canônica como Sumo Pontífice?". Caso a resposta seja afirmativa, o conclave é tecnicamente encerrado, apenas os papéis da votação são queimados e a fumaça branca sobe, para a alegria dos fiéis da praça de São Pedro, juntamente com o badalar dos sinos de Roma.

Antes disso, porém, o eleito pode recusar o cargo, mas a Universi Dominici Grecis exorta que a pessoa não o recuse por medo do fardo e confie nos desígnios de Deus.

Se a pessoa aceitar, é-lhe perguntado: "Por que nome você deseja ser chamado?" Se o novo Papa já é bispo, ele se torna imediatamente Bispo de Roma, e, como sucessor de São Pedro, assume o poder total e supremo a Igreja Universal. No entanto, se o novo Papa ainda não é bispo, então é imediatamente ordenado pelo Decano do Colégio Cardinalício. 

Ou seja, durante a eleição está aberta a possibilidade de que os Cardeais possam nomear alguém que não seja do Colégio Cardinalício, ou nem mesmo bispo. Após o novo pontífice escolher o nome e vestir a roupa papal, ele é apresentado aos católicos do mundo inteiro pelo Cardeal Diácono com as fórmulas latinas conhecidas por todos, e que em português dizem o seguinte:

Anuncio-vos uma grande alegria; Temos um papa;
O eminentíssimo e reverendíssimo Senhor Dom (nome em latim).
Cardeal da Santa Romana Igreja (sobrenome no idioma original).
Que se impõe o nome de (nome papal em latim).

O rito inteiro pode parecer exigente, mas ele assegura que os cardeais possam ignorar as vozes do mundo e estar atentos à de Deus, para que a Sua vontade seja feita na escolha do chefe de Sua Una, Santa, Católica e Apostólica Igreja. 

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