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sexta-feira, 22 de novembro de 2024

NOVENA A NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS

QUINTO DIA

- Pelo Sinal da Santa Cruz, livrai-nos Deus nosso Senhor dos nossos inimigos.
- Em nome do Pai do Filho e do Espírito Santo. Amém.

Ato de contrição
Senhor Jesus Cristo, Deus e homem verdadeiro, criador e Redentor meu, por serdes Vós que sois, sumamente bom e digno de ser amado sobre todas as coisas, e porque vos amo e estimo, pesa-me, Senhor, de todo o meu coração, de Vos ter ofendido; pesa-me também, de ter perdido o Céu e merecido o Inferno; e proponho-me firmemente, ajudado com o auxílio da vossa divina graça, emendar-me e nunca mais vos tornar a ofender. Espero alcançar o perdão de minhas culpas pela vossa infinita misericórdia. Amém.

Nesse quinto dia da novena contemplamos Maria desprendendo de suas mãos raios luminosos. Estes raios, disse Ela, são a figura das graças "que derramo sobre todos aqueles que mas pedem e aos que trazem com fé a minha medalha". Não desperdicemos tantas graças! Peçamos, com fervor, humildade e perseverança, poia Maria imaculada nos alcançará.

Suplica a Nossa Senhora
Ó Imaculada Virgem Mãe de Deus e nossa Mãe, ao contemplar-vos de braços abertos derramado graças sobre os que vo-las pedem, cheios de confiança na vossa poderosa intercessão, inúmeras vezes manifestada pela Medalha Milagrosa, embora reconhecendo a nossa indignidade por causa de nossas inúmeras culpas, acercamo-nos de vossos pés pra vos expor, durante essa oração, as nossas mais prementes necessidades.
(momento de silêncio. Fazer os pedidos).
Concedei, pois, ó Virgem das Graças, este favor que confiantes vos solicitamos, para maior glória de Deus, engrandecimento do vosso nome, e o bem de nossas almas. E para melhor servirmos ao Vosso Divino Filho, inspirai-nos profundo ódio ao pecado e dai-nos coragem de nos afirmar sempre verdadeiros cristãos. Amém.

Ó maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós.

- Pai nosso que estás nos Céus...
- 3 Ave-Marias
- Glória ao Pai ao Filho...

Oração final
Santíssima Virgem, eu reconheço e confesso vossa Santa e Imaculada Conceição, pura e sem mancha. Ó puríssima Virgem Maria, por vossa Conceição Imaculado e gloriosa prerrogativa de Mãe de Deus, alcançai-me de vosso amado Filho e humildade, caridade, obediência, castidade, santa pureza de coração, de corpo, e espírito, alcançai-me a perseverança na prática do bem, uma santa vida, uma boa morte e a graça que te pedimos com toda confiança. Amém.

quinta-feira, 21 de novembro de 2024

SÉRIE: SANTOS CASADOS

A santidade no matrimônio ao longo dos séculos.

SANTA MÔNICA e PATRÍCIO


Mônica, a mãe de Agostinho (o grande Padre da Igreja no Ocidente) nasceu em 331, em Tagaste, no seio de uma família cristã extremamente devota, que provavelmente pertencia ao pequeno círculo de habitantes do norte da África que assimilavam a cultura e moralidade e romanas. Os pais de Mônica confiaram a maior parte da educação de sua filha e uma severa governanta, que instruía a jovem a controlar-se, a mortificar-se e, também, a ter em grande estima a moralidade cristã.

Na aurora de sua juventude, Mônica foi prometida em casamento a um homem chamado Patrício, dono de uma pequena propriedade em Tagaste e integrante do conselho da cidade. Ele era pagão, porém um homem bom e justo, mas inclinado à ira e por vezes à violência. Amava Mônica profundamente, mas isso não o impedia de ter um comportamento rude e desleal. No entanto, a bondade e brandura de Mônica conseguiu conquistar o caráter vicioso do marido, bem como as fofocas da criadagem e irritabilidade da sogra. Por ter vencido essas circunstâncias, Mônica passou a ser respeitada e admirada por suas amigas.

Mônica tinha vinte e três anos quando deu à luz seu filho primogênito, Agostinmho. Além de Agostinho, teve outro filho, Navígio, e uma filha, Perpetua. Com grande esforço e dedicação, proporcionou aos três filhos uma verdadeira educação cristã. Sabemos que Agostinho nasceu e logo foi inscrito na lista de catecúmenos, mas, segundo as tradições da época, ainda não receberia o batismo. No entanto, como ele mesmo relatou, absorveu o nome do Senhor Jesus Cristo do leite de sua mãe, de maneira que a fé cristã enraizou-se até sua medula. A respeito de Perpétua, sabemos que casou-se, porém logo enviuvou, e assim permaneceu, ficando até a sua morte como superiora de um convento em Hipona, o monastério feminino. 

No ano de 371, Mônica perdeu seu cônjuge Patrício. Graças aos esforços da santa esposa, ele havia sido batizado no ano anterior e morrera cristão.

Os dezesseis anos entre a morte de seu marido e a conversão de seu filho Agostinho foram o período mais conturbado e doloroso da vida de Mônica. Ao mesmo tempo, porém, foi período mais belo, pois ela conseguiu viver e completar a sua missão e vocação. No ano de 385, depois de Agostinho enganar sua mãe, deixar a África e ir até Roma, Mônica preparou-se para ir atrás do filho. Ela tinha cinquenta e quatro anos na época, e depois de uma turbulenta travessia chegou a Itália e, em Roma, começou a sua busca por Agostinho. Inicialmente, não teve sucesso, mas seguiu em seu encalço e enfim o descobriu em Milão. Ali encontrou já livre do contágio de heresia maniqueísta, mas sua relação com o cristianismo ainda era vacilante. Cheia de amorosa preocupação, Mônica permaneceu ao lado de seu filho, e um anos mais tarde teve a alegria de celebrar sua conversão, depois de tantas lágrimas derramadas e tantas orações enviadas aos céus.

Na companhia de Agostinho, que havia se convertido mas ainda não havia sito batizado, Mônica retirou-se para Cassago, e ali, durante a Vigília de Páscoa, em 24 de abril de 387, seu filho recebeu do bispo Ambrósio o Sacramento do Batismo. Ela esteve presente na ocasião.

Mãe e filho queriam voltar à África alguns meses depois. Em Óstia Tiberina, enquanto esperavam um navio para fazer a travessia até a África, Mônica contraiu uma doença grave que a levou à morte. Ela faleceu em Óstia e ali foi sepultada, conforme era seu desejo.

Examinemos mais de perto o retrato dessa santa esposa, mãe e viúva, que nos foi deixado através das palavras de seu filho, em suas confissões.

Educada assim na modéstia e temperança, Vós a tornáveis mais submissa aos pais do que eles a tornavam obedientes a Vós. Quando chegou a idade núbil plena, deram-na em matrimônio a um homem, a quem servia como a senhor. Procurava conquistá-la para Vós, falando-lhes de Vós pelos seus bons costumes, com os quais a tornáveis bela, respeitosamente amável e encantadora aos olhos do marido. Sofria-lhes também as infidelidades matrimoniais com tanta paciência, que nunca teve discórdia alguma com o marido por este motivo. Esperava que a vossa misericórdia, descendo sobre ele, o fizesse casto, quando crescesse em Vós.

Se o coração do marido era afetuoso, o temperamento era arrebatado. Mas ela sabia que era melhor não resistir à ira do esposo, nem por ações nem por palavras. Logo que o via mais calmo e sossegado, oportunamente lhe dava a explicação da sua conduta, se por acaso ele irrefletidamente se irritava. Enfim, muitas senhoras tendo maridos muito mais benignos, traziam no rosto desfigurado, os vestígios das pancadas. Conversando entre amigas, insultavam a vida dos esposos. Minha mãe repreendia-lhes a língua, admoestando-se seriamente como por gracejo. Lembrava-lhes que, desde o momento em que ouviram o contrato de matrimônio, como quem escuta a leitura de um documento pelo qual são feitas escravas, elas de deviam considerar como tais. Por este motivo, tendo presentes essa condição não podiam ser altivas com seus senhores.

Estas matronas, conhecendo o mau gênio que ela suportava ao marido, admiravam-se de nada lhe ouvirem, nem por indício algum constar que Patrício lhe batesse ou que algum dia se desaviessem por questiúnculas domésticas. Perguntavam-lhe familiarmente a razão, e a minha mãe expunha-lhes seu modo de proceder, de que acima fiz menção. As que o punham em prática, depois de o experimentarem, felicitavam-na. As outras que não faziam caso, continuavam a ser envergonhadas e oprimidas.

A princípio a sogra irritava-se contra ela, por causa de uns mexericos de escravas malévolas. De tal forma minha mãe conquistou com afabilidades, com paciência e mansidão inalteráveis que a própria sogra espontaneamente denunciou ao filho as línguas intrigantes das escravas como perturbadoras da paz doméstica entre a nora e ela, e lhe rogou que fossem castigadas.

Com efeito, depois Patrício, dócil à mãe e solícito pelo bom governo da casa e pela concórdia entre os seus, mandou flagelar as culpadas, segundo o desejo de quem as acusara. A sogra declarou que podia espera igual castigo  quem quer que, para lhe agradar, lhe dissesse mal da nora. Ninguém ousou mais expor-se a tal risco e viveram as duas em doce harmonia, digna de ser lembrada.

Concedestes ainda um grande dom e esta fiel serva em cujo seio me criastes, ó meu Deus e minha misericórdia. Quando podia, mostrava-se conciliadora entre as almas discordes em desavença, a ponto de ainda referir de uma a outra senão o que podia levá-las a reconciliar-se, ouvindo de um lado e de outro as queixas amargas as quais costuma vomitar a discórdia encolerizada e cheia de ressentimentos, quando em presença de uma amiga, o vômito de rancores contra a inimiga ausente desabafa em azedas confidências.

De pouca importância me parecia este bem, se uma triste experiência não me mostrasse que um grande número de pessoas (não sei porque horrendo contágio de malícia, já espalhado por muito longe) não só repete a inimigos encolerizados o que uns zangados disseram de outros, mas ainda acrescenta coisas que eles não proferiram. Pelo contrário, deve ter-se em pouca conta para alguém dotado de sentimentos humanos, o não atiçar ou não acender, com ditos malévolos, as inimizades dos outros, se não procura também, com boas palavras , extingui-las.

Assim era minha mãe, como Vós, seu íntimo Mestre, a ensinastes na escola do coração. Enfim, até Vós ganhou o marido, nos últimos tempos desta vida temporal, e não teve mais a lamentar nele o que lhe sofrera antes de se converter. Era verdadeiramente a serva dos vossos servos! Todos os que a conheciam Vos louvaram, honradamente, honrando-Vos e amando-Vos nela, porque lhe sentiam no coração a vossa presença, comprovada pelos frutos de uma existência tão santa. Tinha sido esposa de um só marido, saldara aos pais a sua dívida de gratidão, governara a casa piedosamente. Com as suas boas obras, dava testemunho de santidade.

Educara os filhos, dando-os tantas vezes à luz, quantas os via apartarem-se de Vós. Enfim, ainda antes de ela adormecer no Senhor quando já vivíamos unidos em Vós pela graça do batismo, era tão desvelada para todos (já que por vossa liberalidade permitis que nos dirigimos aos vossos servos) como se nos tivesse gerado a todos, servindo-nos como se fosse filha de cada uma.

Em suas confissões, Santo Agostinho descreve a morte de sua piedade mãe, em Óstia, e como despediu-se de Mônica, que era um exemplo de esposa, mãe e viúva, e que pode realmente de modelo para todos os casais cristãos.

HOLBÖCK, Ferdinand. Santos Casados: A santidade no matrimônio ao longo dos séculos. P. 21, RS: Minha Biblioteca Católica 2020.
 
   

CANONIZAÇÕES DE CARLO ACUTIS E PIER GIORGIO FRASSATI JÁ TÊM DATA MARCADA.

O papa Francisco anunciou nesta quarta-feira (20/11) as datas de canonização de Carlo Acutis e Pier Giorgio Frassati, exemplos de santidade especialmente para os jovens de hoje.

No final da Audiência Geral, Francisco anunciou que Carlo Acutis será proclamado santo durante o Jubileu dos Adolescentes, que será em Roma, de 25 a 27 de abril de 2025. Num comunicado posterior, o arcebispo de Assis, dom Domenico Sorrentino, disse que a canonização de Acutis esta marcado para domingo, 27 de abril de 2025, às 10h30, na Praça de São Pedro.

Ele também informou que Pier Giorgio Frassati será elevado aos altares durante o Jubileu da Juventude, entre 28 de julho e 3 de agosto do próximo ano.

A data de canonização de Carlo Acutis era aguardada com ansiedade desde que o papa Francisco aprovou o milagre atribuído à sua intercessão em 23 de maio: Valeria Valverde, uma costarriquenha de 21 anos, sobreviveu milagrosamente a um grave acidente de bicicleta que a deixou à beira da morte com traumatismo craniano grave.

Acutis, conhecido por muitos como "o influenciador de Deus", cuja vida e amor pela Igreja e pela eucaristia ultrapassaram fronteiras, será elevado aos altares em um dos dias em que adolescentes de todo o mundo fazem uma peregrinação a Roma como parte do ano Jubilar. 

CELEBRAMOS HOJE A APRESENTAÇÃO DE NOSSA SENHORA NO TEMPLO.

A Igreja celebra hoje (21/11) a Apresentação de Nossa Senhora no Templo e, por isso, também realiza também o dia em que os fiéis são convidados a dar graças ao Senhor por aqueles e aquelas que entregam sua vida a Deus nos conventos de clausura.

Segundo a tradição, a menina Maria foi levada ao Templo por seus pais para que integrasse o grupo de donzelas que ali eram consagradas a Deus e instruídas na piedade.

Segundo o "Protoevangelho de São Tiago", uma fonte cristã que não está incluída no Canon da Bíblia, a Virgem foi recebida pelo sacerdote, que a abençoou e exclamou: "O Senhor engrandeceu seu nome por todas as gerações, pois ao fim dos tempos manifestará em ti sua redenção aos filhos de Israel".

No século VI já se celebrava esta Festa no Oriente. Em 1372, o Papa Gregório XI a introduziu em Avignon e, posteriormente, o Papa Sisto V s estendeu a toda a Igreja.

Nesta data também se recorda a Dedicação da Igreja da Santa Maria Nova, no ano 543, que foi edificada perto do Templo de Jerusalém.

Na Liturgia das Horas, lê-se: "Neste dia da solene consagração da igreja de Santa Maria Nova, construída junto ao templo de Jerusalém, celebramos com os cristãos do Oriente aquela consagração que Maria fez a Deus de si mesma desde a infância, movida pelo Espírito Santo de cuja graça ficara plena na sua imaculada conceição.

Em 21 de novembro de 1953, o Papa Pio XII instituiu este dia como a "Jornada Pro Orantibus", em honra às comunidades religiosas de clausura.

Por isso, em 2014, o Papa Francisco incentivou que esta seja "uma ocasião oportuna para dar graças ao Senhor pelo dom de tantas pessoas que, nos mosteiros e eremitérios, se dedicam a Deus na oração e no silêncio operoso, reconhecendo-lhe o primado que só a Ele compete".

"Demos graças ao Senhor pelos testemunhos de vida claustral, sem lhes fazer faltar o nosso auxílio espiritual e material, para cumprir esta importante missão", enfatizou o Pontífice. 

NOVENA A NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS.

QUARTO DIA

- Pelo Sinal da Santa Cruz, livrai-nos Deus nosso Senhor dos nossos inimigos.
- Em nome do Pai do Filho e do Espírito Santo. Amém.

Ato de contrição
Senhor Jesus Cristo, Deus e homem verdadeiro, criador e Redentor meu, por serdes Vós que sois, sumamente bom e digno de ser amado sobre todas as coisas, e porque vos amo e estimo, pesa-me, Senhor, de todo o meu coração, de Vos ter ofendido; pesa-me também, de ter perdido o Céu e merecido o Inferno; e proponho-me firmemente, ajudado com o auxílio da vossa divina graça, emendar-me e nunca mais vos tornar a ofender. Espero alcançar o perdão de minhas culpas pela vossa infinita misericórdia. Amém.

Nesse quarto dia da novena contemplamos Santa Catarina Labouré em oração, a 27 de novembro de 1830, apareceu-lhe a Virgem Maria, formosíssima, esmagando a cabeça da serpente infernal. Nessa aparição, vemos seu desejo imenso de nos proteger sempre contra o inimigo de nossa salvação. Invoquemos a Imaculada Mãe com confiança e amor, as graças para aqueles que mais pedem.

Suplica a Nossa Senhora
Ó Imaculada Virgem Mãe de Deus e nossa Mãe, ao contemplar-vos de braços abertos derramado graças sobre os que vo-las pedem, cheios de confiança na vossa poderosa intercessão, inúmeras vezes manifestada pela Medalha Milagrosa, embora reconhecendo a nossa indignidade por causa de nossas inúmeras culpas, acercamo-nos de vossos pés pra vos expor, durante essa oração, as nossas mais prementes necessidades.
(momento de silêncio. Fazer os pedidos).
Concedei, pois, ó Virgem das Graças, este favor que confiantes vos solicitamos, para maior glória de Deus, engrandecimento do vosso nome, e o bem de nossas almas. E para melhor servirmos ao Vosso Divino Filho, inspirai-nos profundo ódio ao pecado e dai-nos coragem de nos afirmar sempre verdadeiros cristãos. Amém.

Ó maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós.

- Pai nosso que estás nos Céus...
- 3 Ave-Marias
- Glória ao Pai ao Filho...

Oração final
Santíssima Virgem, eu reconheço e confesso vossa Santa e Imaculada Conceição, pura e sem mancha. Ó puríssima Virgem Maria, por vossa Conceição Imaculado e gloriosa prerrogativa de Mãe de Deus, alcançai-me de vosso amado Filho e humildade, caridade, obediência, castidade, santa pureza de coração, de corpo, e espírito, alcançai-me a perseverança na prática do bem, uma santa vida, uma boa morte e a graça que te pedimos com toda confiança. Amém.

quarta-feira, 20 de novembro de 2024

TRÊS SANTOS QUE DEDICARAM A VIDA A PROTEGER E EVANGELIZAR OS NEGROS.

Hoje (20/11), é comemorado Dia Nacional da Consciência Negra. A seguir, a vida de três santos católicos que dedicaram suas vidas a proteger e a evangelizar os escravos negros na América e na África.

SANTA ROSA DE LIMA
A primeira santa do continente americano, padroeira da América, das Índias e das Filipinas, dedicou especial atenção à evangelização de índios e negros durante sua vida, entre o final do século XVI e o início do século XVII. Ela deu atenção preferencial à evangelização dos índios e negros".

E não podendo realizá-lo pessoalmente, contribuiu com suas orações e sacrifícios, além de arrecadar esmolas para que pudessem ser formados seminaristas pobres.

SÃO PEDRO CLAVER, O "ESCRAVO DOS ESCRAVOS"

Nascido em 1580 em Verdú, Espanha, são Pedro Claver, padre jesuíta, viveu a maior parte de sua vida e morreu em Cartagena das Índias, Colômbia, cuidado e evangelizando negros que foram levados para o continente americano como escravos.

Cartagena das Índias foi no século XVII um dos principais portos de entrada de escravos trazidos para os territórios hispânicos. Com a ajuda de catequistas poliglotas, são Pedro Claver abordou em todos os navios negreiros que entravam no porto".

Nos navios, com a ajuda de intérpretes, atendia os negros, alimentava, curava e evangelizava.

Ao fazer os votos perpétuos na Companhia de Jesus, São Pedro Claver assinou: Petrus Claver, aethiopum semper servus, que poderia ser traduzido como "Pedro Claver, escravo dos negros para sempre".

Estima-se que ele tenha batizado e evangelizado mais de 300 mil escravos durante as quatro décadas que viveu em Cartagena da Índias.

SÃO CHARLES DE FOUCAULD

O Francês são Charles ou Carlos de Foucauld, canonizado em 15 de maio de 2022, via a escravidão como uma "monstruosidade" e passou seus anos como eremita na África libertando e evangelizando escravos nas mãos dos nômades tuaregues na virada do século XX.

René Bazin, o primeiro biógrafo de Charles de Foucauld, cita-o comprometendo-se a "trabalhar com todas as nossas forças para abolir a escravidão.

CELEBRAMOS HOJE, O BEATO ANACLETO GONZÁLEZ FLORES - MÁRTIR.

Padroeiro dos leigos mexicanos.
(*1888 + 1927)
Festa Litúrgica dia 20 de novembro.

Anacleto González Flores nasceu em 13 de julho de 1888 em uma família pobre de Tepatitlán, Jalisco, foi o segundo de 12 filhos. Seu pai não confiava na Igreja, e por essa razão, recebeu uma educação liberal e não religiosa.

Quando escutou a pregação de um sacerdote em 1905, em Guadalajara, Jalisco, inspirou-se de tal forma que começou a participar na catequese local. Começou seus estudos de direito em 1913, com o objetivo de "defender a Pátria e a Religião". Anos depois, seria membro fundador da Associação Católica da Juventude Mexicana (ACJM).

Após a entrada em vigor da Constituição de 1917, fortemente anticlerical, Anacleto participou dos esforços para evitar que medias contra a Igreja fossem aplicadas no estado de Jalisco. As manobras bem-sucedidas, que incluíram um boicote, fizeram com que as pressões anticlericais fossem detidas até 1926.

Em 1925, recebeu um reconhecimento do papa Pio XI, a Cruz Pro Ecclesia et Pontífice, pelos seus esforços na defesa da Igreja desde anos anteriores à Guerra Cristera. Organizou um eficaz boicote pacífico contra o governo do presidente Plutarco Elias Calles para evitar que a chamada "Lei Callaes", com graves restrições ao culto católico, entrasse em vigor.

Esforçou-se para evitar, sem sucesso, que a luta armada tivesse início. Na Guerra Cristera, foi preso pelo governo, torturado e finalmente executado em 1° de abril de 1927 juntamente com três jovens na Ação Católica da Juventude Mexicana; eles não hesitaram em derramar seu sangue para não negar a fé católica.

Antes de morrer, perdoou seus assassinos e disse: "pela segunda vez, ouçam as Américas este grito: eu morro, mas Deus não morre. Viva Cristo Rei!".

Anacleto González foi beatificado em 20 de novembro de 2005, em Guadalajara juntamente com outros 12 mártires da "guerra cristera".   

NOVENA A NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS:

TERCEIRO DIA

- Pelo Sinal da Santa Cruz, livrai-nos Deus nosso Senhor dos nossos inimigos.
- Em nome do Pai do Filho e do Espírito Santo. Amém.

Ato de contrição
Senhor Jesus Cristo, Deus e homem verdadeiro, criador e Redentor meu, por serdes Vós que sois, sumamente bom e digno de ser amado sobre todas as coisas, e porque vos amo e estimo, pesa-me, Senhor, de todo o meu coração, de Vos ter ofendido; pesa-me também, de ter perdido o Céu e merecido o Inferno; e proponho-me firmemente, ajudado com o auxílio da vossa divina graça, emendar-me e nunca mais vos tornar a ofender. Espero alcançar o perdão de minhas culpas pela vossa infinita misericórdia. Amém.

Nesse terceiro dia da novena contemplamos Nossa Imaculada Mãe, dizendo, em suas aparições, a Santa Catarina: "Eu mesmo estarei convosco: não vos perco de vista e vos concederei abundantes graças". Sede para mim, Virgem Imaculada, o escudo e a defesa em todas as necessidades. 

Suplica a Nossa Senhora
Ó Imaculada Virgem Mãe de Deus e nossa Mãe, ao contemplar-vos de braços abertos derramado graças sobre os que vo-las pedem, cheios de confiança na vossa poderosa intercessão, inúmeras vezes manifestada pela Medalha Milagrosa, embora reconhecendo a nossa indignidade por causa de nossas inúmeras culpas, acercamo-nos de vossos pés pra vos expor, durante essa oração, as nossas mais prementes necessidades.
(momento de silêncio. Fazer os pedidos).
Concedei, pois, ó Virgem das Graças, este favor que confiantes vos solicitamos, para maior glória de Deus, engrandecimento do vosso nome, e o bem de nossas almas. E para melhor servirmos ao Vosso Divino Filho, inspirai-nos profundo ódio ao pecado e dai-nos coragem de nos afirmar sempre verdadeiros cristãos. Amém.

Ó maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós.

- Pai nosso que estás nos Céus...
- 3 Ave-Marias
- Glória ao Pai ao Filho...

Oração final
Santíssima Virgem, eu reconheço e confesso vossa Santa e Imaculada Conceição, pura e sem mancha. Ó puríssima Virgem Maria, por vossa Conceição Imaculado e gloriosa prerrogativa de Mãe de Deus, alcançai-me de vosso amado Filho e humildade, caridade, obediência, castidade, santa pureza de coração, de corpo, e espírito, alcançai-me a perseverança na prática do bem, uma santa vida, uma boa morte e a graça que te pedimos com toda confiança. Amém.

terça-feira, 19 de novembro de 2024

CELEBRAMOS HOJE SÃO ROQUE GONZÁLEZ E COMPANHEIROS.

A Igreja celebra hoje (19/11) são Roque González e companheiros mártires. O sacerdote jesuíta foi martirizado e teve o corpo queimado por anunciar o Evangelho na América do Sul. Natural do Paraguai, evangelizou também em terras brasileiras, no território que atualmente pertence ao Rio Grande do Sul.

São Roque nasceu em Assunção, Paraguai, em 1576. Aos 22 anos foi ordenado sacerdote e, posteriormente, nomeado Pároco da Catedral de Assunção. Em 1609, ingressou na Companhia do Jesus e anos depois foi designado superior da primeira Missão do Paraguai. Em 1615, fundou uma missão em Itapúa, a atual cidade da Argentina de Posadas, e logo se transladou para a outra margem do rio, que hoje se conhece como Encarnação, no Paraguai. Por isso, é reconhecido como fundador e patrono das duas cidades.

São Roque costumava chamar a Virgem de "conquistadora", pois muitas vezes bastava que levantasse o quadro da imagem da Mãe de Deus para que os índios se convertessem.

Em 15 de novembro de 1628, celebrou a missa em Caaró, que hoje faz parte do Brasil, e foi assassinado por um cacique. Os atacantes queimaram seu corpo, mas ficou intacto o seu coração, que lhes falou a fim de que se dessem conta do que tinham feito e os convidou ao arrependimento.

O coração de são Roque se manteve incorrupto e foi levado a Roma junto ao machado de pedra com a qual foi martirizado. Atualmente, o coração e o machado se encontram na Capela dos Mártires, no Colégio de Cristo Rei, em Assunção, Paraguai.

Em 1988, são João Paulo II, durante sua visita ao Paraguai, canonizou são Roque González, os espanhóis santo Alfonso Rodríguez e são João de Castilho. Todos eles, mártires jesuítas em terras americanas.

“Nem os obstáculos de uma natureza agreste, nem as incompreensões dos homens, nem os ataques de quem via em sua ação evangelizadora um perigo para seus próprios interesses, foram capazes de atemorizar estes campeões da fé. Sua entrega sem reservas os levou até o martírio”, destacou o papa peregrino naquela celebração.

Em Caaró, município de Caibaté, encontra-se o principal santuário de veneração dos santos mártires (como ficaram conhecidos), visitado permanentemente por caravanas de romeiros.

NOVENA A NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS: SEGUNDO DIA.

 

- Pelo Sinal da Santa Cruz, livrai-nos Deus nosso Senhor dos nossos inimigos.
- Em nome do Pai do Filho e do Espírito Santo. Amém.

Ato de contrição
Senhor Jesus Cristo, Deus e homem verdadeiro, criador e Redentor meu, por serdes Vós que sois, sumamente bom e digno de ser amado sobre todas as coisas, e porque vos amo e estimo, pesa-me, Senhor, de todo o meu coração, de Vos ter ofendido; pesa-me também, de ter perdido o Céu e merecido o Inferno; e proponho-me firmemente, ajudado com o auxílio da vossa divina graça, emendar-me e nunca mais vos tornar a ofender. Espero alcançar o perdão de minhas culpas pela vossa infinita misericórdia. Amém.

Nesse segundo dia da novena contemplamos Maria chorando sobre as calamidades que viriam sobre o mundo, pensando que o coração de seu Filho seria ultrajado na cruz, escarnecido, e seus filhos prediletos perseguidos. Confiemos na Virgem compassiva e também participemos do fruto de suas lágrimas. 

Suplica a Nossa Senhora
Ó Imaculada Virgem Mãe de Deus e nossa Mãe, ao contemplar-vos de braços abertos derramado graças sobre os que vo-las pedem, cheios de confiança na vossa poderosa intercessão, inúmeras vezes manifestada pela Medalha Milagrosa, embora reconhecendo a nossa indignidade por causa de nossas inúmeras culpas, acercamo-nos de vossos pés pra vos expor, durante essa oração, as nossas mais prementes necessidades.
(momento de silêncio. Fazer os pedidos).
Concedei, pois, ó Virgem das Graças, este favor que confiantes vos solicitamos, para maior glória de Deus, engrandecimento do vosso nome, e o bem de nossas almas. E para melhor servirmos ao Vosso Divino Filho, inspirai-nos profundo ódio ao pecado e dai-nos coragem de nos afirmar sempre verdadeiros cristãos. Amém.

Ó maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós.

- Pai nosso que estás nos Céus...
- 3 Ave-Marias
- Glória ao Pai ao Filho...

Oração final
Santíssima Virgem, eu reconheço e confesso vossa Santa e Imaculada Conceição, pura e sem mancha. Ó puríssima Virgem Maria, por vossa Conceição Imaculado e gloriosa prerrogativa de Mãe de Deus, alcançai-me de vosso amado Filho e humildade, caridade, obediência, castidade, santa pureza de coração, de corpo, e espírito, alcançai-me a perseverança na prática do bem, uma santa vida, uma boa morte e a graça que te pedimos com toda confiança. Amém.

segunda-feira, 18 de novembro de 2024

A IGREJA CELEBRA HOJE A DEDICAÇÃO DAS BASÍLICAS DE SÃO PEDRO E SÃO PAULO.


Hoje (18/11) a Igreja celebra a dedicação das basílicas dos apóstolos São Pedro e São Paulo, templos em Roma que contêm os restos mortais destes dois grandes nomes do cristianismo e símbolos da fraternidade e da unidade da Igreja.

A basílica de São Pedro, no Vaticano, foi construída sobre o túmulo do Apóstolo, que morreu crucificado de cabeça para baixo. No ano 323, o imperador Constantino mandou construir no local a Basílica dedicada àquele que foi o primeiro Papa da Igreja.

A atual basílica de São Pedro demorou 170 anos para ser edificada. Começou com o papa Nicolau V, em 1454, e foi concluída pelo papa Urbano VIII, que a consagrou em 18 de novembro de 1626. A data coincide com a consagração da antiga Basílica.

Bramante, Rafael, Michelangelo e Bernini, famosos artistas da história, trabalharam nela, plasmando o melhor de sua arte.

A basílica de São Pedro mede 212 metros de comprimento, 140 de largura e 133 metros de altura em sua cúpula. Não há templo no mundo se iguale em extensão.

A basílica de São Paulo Extramuros é, depois de São Pedro, o maior templo de Roma. Também surgiu por vontade de Constantino. Em 1823, foi quase totalmente destruída por um terrível incêndio. Leão XIII iniciou sua reconstrução e foi consagrada em 10 de dezembro de 1854 pelo papa Pio IX.

Um fato interessante é que, sob as janelas da nave central nas naves laterais, em mosaico, encontram-se os retratos de todos os papa desde São Pedro até o atual, o papa Francisco.

Em 2009, por ocasião desta celebração, o papa Bento XVI disse que "esta festa nos proporciona a ocasião de ressaltar o significado e o valor da Igreja. Queridos jovens, amem a Igreja e cooperam com entusiasmo em sua edificação. 

NOVENA A NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS: PRIMEIRO DIA.

Iniciamos hoje a Novena preparatório para a festa de Nossa Senhora das Graças. É um período preparatório, para nos preparar para esse grande momento de fé e de louvor ao Senhor e pedir pela intercessão de Nossa Senhora. Vamos fazer essa novena juntos. 

- Pelo Sinal da Santa Cruz, livrai-nos Deus nosso Senhor dos nossos inimigos.
- Em nome do Pai do Filho e do Espírito Santo. Amém.

Ato de contrição
Senhor Jesus Cristo, Deus e homem verdadeiro, criador e Redentor meu, por serdes Vós que sois, sumamente bom e digno de ser amado sobre todas as coisas, e porque vos amo e estimo, pesa-me, Senhor, de todo o meu coração, de Vos ter ofendido; pesa-me também, de ter perdido o Céu e merecido o Inferno; e proponho-me firmemente, ajudado com o auxílio da vossa divina graça, emendar-me e nunca mais vos tornar a ofender. Espero alcançar o perdão de minhas culpas pela vossa infinita misericórdia. Amém.


- Contemplamos a Virgem Imaculada em sua primeira aparição a Santa Catarina Labouré. A piedosa noviça, guiada por seu Anjo da Guarda, é apresentadas à imaculada Senhora. Considerando sus inefável alegria. Seremos felizes como Santa Catarina se trabalharmos com ardor na nossa santificação. Gozaremos as delícias do Paraíso se nos privarmos dos gozos terrenos.

Suplica a Nossa Senhora
Ó Imaculada Virgem Mãe de Deus e nossa Mãe, ao contemplar-vos de braços abertos derramado graças sobre os que vo-las pedem, cheios de confiança na vossa poderosa intercessão, inúmeras vezes manifestada pela Medalha Milagrosa, embora reconhecendo a nossa indignidade por causa de nossas inúmeras culpas, acercamo-nos de vossos pés pra vos expor, durante essa oração, as nossas mais prementes necessidades.
(momento de silêncio. Fazer os pedidos).
Concedei, pois, ó Virgem das Graças, este favor que confiantes vos solicitamos, para maior glória de Deus, engrandecimento do vosso nome, e o bem de nossas almas. E para melhor servirmos ao Vosso Divino Filho, inspirai-nos profundo ódio ao pecado e dai-nos coragem de nos afirmar sempre verdadeiros cristãos. Amém.

Ó maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós.

- Pai nosso que estás nos Céus...
- 3 Ave-Marias
- Glória ao Pai ao Filho...

Oração final
Santíssima Virgem, eu reconheço e confesso vossa Santa e Imaculada Conceição, pura e sem mancha. Ó puríssima Virgem Maria, por vossa Conceição Imaculado e gloriosa prerrogativa de Mãe de Deus, alcançai-me de vosso amado Filho e humildade, caridade, obediência, castidade, santa pureza de coração, de corpo, e espírito, alcançai-me a perseverança na prática do bem, uma santa vida, uma boa morte e a graça que te pedimos com toda confiança. Amém.

quinta-feira, 14 de novembro de 2024

SÉRIE: SANTOS CASADOS.

A santidade no matrimônio ao longo dos séculos.

SANTO HILÁRIO DE POITIERS e ESPOSA.

Seria possível haver um bispo que, além de casado, fosse também um santo Padre e Doutor da Igreja? A resposta é sim: Santo Hilário, o notável bispo de Poitiers e bravo oponente do arianismo, doutrina que negava a divindade de Jesus Cristo e o rebaixava à condição de criatura. Muitas biografias de Santo Hilário não menciona o fato de ele ter sido casado e pai de uma filha, como se fosse algum constrangimento. Em outras, dedicadas a esse importante Padre e Doutor da Igreja, afirma-se que Santo Hilário era, sim, casado, talvez a intenção de usar a informação como um argumento contra o celibato clerical. Nesses casos, merecem uma análise mais atenta.

Hilário nasceu cerca de 315, em Poitiers, na Aquitânia (França), filho de uma família rica e pagã. Em sua cidade natal, e depois em Bordeaux, recebeu uma educação de elite, estudando principalmente gramática e retórica. Apesar de pagão, Hilário sempre repudiou os comportamentos ímpios de seus conterrâneos, que, sua maioria, viviam uma vida de luxúria e degradação moral. Tinha um alto cargo administrativo, e como era costume entre funcionários oficiais bem estabelecidos, casou-se. Seu matrimônio foi abençoado com a chegada de uma filha, que recebeu o nome de Abra.

Hilário tinha um grande anseio pela verdade, e esse anseio guiava cada vez mais seu coração junto e generoso, que não encontrava satisfação na filosofia pagã. Em seus esforços para chegar à essência das coisas, especialmente em relação ao sentido da existência humana, como que por acaso entrou em contato com as Sagradas Escrituras, e então, através de sua leituras com as Sagradas Escrituras, e então, através de sua leitura e mediante o auxílio da graça divina, acabou conhecendo a fé cristã. Por volta do ano de 345, Hilário, Abra, e sua esposa foram batizados na Vigília de Páscoa.

Se na época em que era pagão já vivia uma vida exemplar, como cristão Hilário passou a esforçar-se ainda mais, junto com a esposa e a filha. Os três passaram a ser exemplos para os seus companheiros cristãos em Poitiers, e tinham a melhor reputação possível. Por isso é compreensível que, quando a diocese de Poitiers ficou vacante, em cerca de 350, por decisão unânime Hilário foi considerado o mais digno candidato a suceder ao bispo anterior.

Hilário cedeu aos apelos dos cristãos locais e aceitou o cargo e as responsabilidades do episcopado. Às vezes menciona-se, clara e enfaticamente, que Hilário viveu em total abstinência a partir do momento em que foi consagrado como bispo. Se foi assim mesmo, a afirmação condiz com a conduta do santo bispo, que, mesmo quando pagão, sentia repulsa pelo estilo de vida desregrado e, em grande parte, imoral e corrupto, praticado por muitos de seus concidadãos. Pode-se também supor que quando Hilário chegou ao episcopado sua esposa já não estava mais viva. Ficava apenas Abra, sua filha, e o bispo sempre olhava por ela, como demonstra em uma carta. Mesmo que hoje em dia essa carta (Ad Abram Filiam) seja considerada ilegítima segundo alguns acadêmicos, seu conteúdo condiz perfeitamente com a atitude do Hilário como pai e bispo.

Devido à sua postura ortodoxa e anti-arinista, em 356 Hilário foi exilado para a Frígia, na Ásia Menor. Em 360 ou 361, foi enviado de volta a Poitiers. Ali, sua principal atividade foi guardar e reintroduzir a verdadeira fé. Reuniu o seu clero em uma sociedade a partir da qual nasceram as primeiras comunidades monásticas da Gália, através dos esforços de seu dedicado discípulo Martinho de Tours. A personalidade de Hilário agregava a diligência e senso de responsabilidade de um funcionário romano ao zelo de um ortodoxo pastor de almas: ele procurava unir a clareza à piedade, a compreensão mútua à unidade eclesiástica. Foi com essa mesma intenção, certamente, que ele viveu a união com sua esposa, antes de receber a ordenação episcopal. Por ter conhecido melhor a teologia oriental durante o exílio na Frígia, Hilário compreendeu (após voltar à sua terra natal, na Gália) como combinar a teologia oriental com a ocidental de maneira harmoniosa, como "casá-las", por assim dizer. Não é legítimo imaginar que também tenha sido assim em relação à harmonia com que viveu o seu casamento, antes de se tornar bispo? Além disso, como enfatiza em suas obras de teologia, esse Doutor da Igreja tinha plena convicção da compatibilidade entre fé e razão. Em seus escritos, deixa claro "o quão essencial, para um verdadeiro teólogo, é ter não apenas uma mente clara, mas sobretudo um coração repleto de fé". Uma mente clara e um coração repleto de fé": não é isso o necessário, especialmente entre casais cristãos, para se conduzir correta e pacificamente um bom matrimônio? Nesse sentido, Hilário poderia ser um exemplo para os cônjuges cristãos.

Hilário de Poitiers faleceu por volta do ano de 367. 

HOLBÖCK, Ferdinand. Santos Casados: A santidade no matrimônio ao longo dos séculos. P. 21, RS: Minha Biblioteca Católica 2020.   

terça-feira, 12 de novembro de 2024

SÉRIE: HISTÓRIA DOS PAPAS.

SÃO HIGINO
9º PAPA DA IGREJA
Pontificado 136-140 (4 anos)
Festa litúrgica 11 de janeiro

HISTÓRIA
Nasceu em Atenas, no Grécia, no ano 90, Higino era filho de um filósofo grego e, provavelmente, teve uma formação cultural e analítica mais ampla para sua época. Não são conhecidas muitas informações de sua vida, mas, como cristão, enfrentou as mesmas dificuldades da comunidade cristã de sua época, que era perseguida pelos pagãos. Seu pontificado iniciou no ano 136 e introduziu muitos costumes típicos e importantes da liturgia católica.

O Papa Higino sucedeu o Papa Telésforo e se esforçou em tornar mais precisa a questão da hierarquia no interior da Igreja. E parece mesmo que o Papa Higino gostava bastante de ordem, foi ele também quem introduziu o costume da existência do padrinho e da madrinha no batismo. Outra tradição amplamente difundida e praticada entre os católicos.

Além dessas marcas tradicionais do ritual e da estrutura católica, o Papa Higino enfrentou as típicas perturbações causadas pelas constantes perseguições as seguidores da fé cristã. Para o cristianismo primitivo, essa era uma condição comum, não diferente daquela enfrentada por muitos outros papas. Mas uma preocupação de seu pontificado foi e relação ao que se considerava como heresia, que nascia e começava a tomar forma naquele momento. O papa Higino identificou e condenou heresias e seus heresiarcas, conquistando vitória sobre eles.

Outro tipo de desafio aguardava Higino. Ele teve que excomungar e anatematizar o herege Cerdão, que pregava a existência de dois deuses. Um deles era o Deus, severo e difícil do Antigo Testamento, e o outro, o Deus bondoso do Novo Testamento, que enviara seu filho à Terra para libertar a humanidade da tirania do antigo  Deus. Este último, segundo Cerdão, era Jesus Cristo, que, na visão do herege, não teria realmente encarnado ou sido crucificado, mas apenas causado essa ilusão. Essencialmente, isso refletia o gnosticismo dualista, uma doutrina que ressurge periodicamente ao longo da história da Igreja. Alguns seguidores mais radicais dessa vertente afirmavam que, como Deus era maligno, todos os heróis do Antigo Testamento também seriam maus, enquanto seus inimigos seriam bons. Além disso, identificavam o demônio do Antigo Testamento com o Pai do Novo Testamento. Essa crença se baseava na antiga ideia de que a matéria (e seu criador) eram maus, sendo uma armadilha para as almas humanas. O verdadeiro Deus seria o criador apenas do espírito.  

Não há a certeza sobre a causa da morte do Papa Higino, mas registros indica que ele foi martirizado após quatro anos de pontificado, com  50 anos de idade no ano 140. Ele foi enterrado próximo à tumba de São Pedro.




quinta-feira, 7 de novembro de 2024

SÉRIE: SANTOS CASADOS.

A santidade do matrimônio ao longo dos séculos.

SÃO GREGÓRIO DE NAZIANZO e SANTA NONA.

São Gregório de Nazianzo, o Velho é um santo da Igreja Oriental. Foi casado com Santa Nona, que deu a ele três filhos.

Gregório nasceu por volta do ano 274. Era um rico proprietário de terras em Arianzo, perto de Nazianzo, e funcionário de alto escalão do governo. Quando à sua visão de mundo, no início pertenceu a uma peculiar seita que reunia em suas crenças uma mistura de elementos pagãos e judeus e adoravam a "Zeus Hipsisto", o Deus "altíssimo". 

Graças a Santa Nona, sua esposa cristã, aos quarenta e cinco anos Gregório converteu-se ao cristianismo. Foi batizado em 325 e passou a dedicar-se de todo coração à sua fé na congregação cristã de Nazianzo, na Capadócia, onde foi eleito como bispo quatro anos depois, em 329.

Ao aprovar a fórmula arianizante do Sínodo de Rimini (359), o bispo Gregório, o Velho, fez com que se revoltassem contra ele os monges de Nazianzo. Seu filho Gregório, o Jovem, interveio nesse desentendimento e reconciliou-os, graças a seu prestígio e ao seu dom de retórica.

Em 374 morreu o bispo Gregório de Nazinzo, o Velho com quase 100 anos de idade. Seu filho, que também era bispo, proferiu a oração fúnebre.

SANTA NONA, esposa de São Gregório de Nazianzo, o Velho, era filha de um certo Filâncio. A julgar pela descrição que seu filho São Gregório de Nazianzo, o Jovem, fez no discurso fúnebre para o pai, assim como nas orações fúnebres para o irmão Cesário e a irmã, Gorgônia, Santa Nona provavelmente foi um modelo de esposa e mãe cristã: sempre esforçando-se em praticar as virtudes cristãs e levar um vida genuinamente piedosa; era devota e modesta em extremo e demonstrava um profundo amor pelos pobres. Acima de tudo, criou seus três filhos de tal maneira que plantou em cada um os alicerces para sua futura santidade.

Santa Nona concluiu sua santa vida em 374. Morreu na igreja que costumava frequentar, durante a celebração da Eucaristia. O grande historiador da Igreja, César Barônio, empenhou-se em promover no Ocidente a devoção litúrgica a essa nobre mulher e mãe, incluindo-a no Martirológio Romano no dia 5 de agosto. 

HOLBÖCK, Ferdinand. Santos Casados: A santidade no matrimônio ao longo dos séculos. P. 33, RS: Minha Biblioteca Católica 2020.

segunda-feira, 4 de novembro de 2024

CELEBRAMOS HOJE; SÃO CARLOS BORROMEU.

PATRONO DO PAPA JOÃO PAULO II
Hoje (4/11) a Igreja celebra são Carlos Borromeu, o santo padroeiro de são João Paulo II e muito ligado à vida do pontífice polonês. Conheça uma parte da história do valente são Carlos, que também é padroeiro dos catequistas e seminaristas.

São Carlos Borromeu nasceu na Itália em 1538, em uma família muito rica. Era sobrinho do papa Pio IV e ocupou altos cargos eclesiásticos, chegando a ser arcebispo de Milão e Cardeal.

Sua participação no Concílio de Trento foi a chave para este chegar a um término, no qual foram aprovados muitos decretos dogmáticos e disciplinares.

São Carlos se preocupou bastante com a formação dos sacerdotes. Desistiu alguns presbíteros indignos e os substituiu por pessoas que restauraram a fé e os costumes do povo.

A vida de são Carlos Borromeu correu grave perigo quando a ordem religiosa dos Humiliati, que possuía muitos mosteiros, terras e membros corrompidos, tentou desprestigiá-lo para que o papa anulasse as disposições do santo. Não alcançando este objetivo, três piores da ordem armaram um complô para matá-lo.

Jerónimo Donati, um mau sacerdote da ordem, aceitou assassiná-lo por 20 moedas de ouro e disparou contra ele quando estava rezando na capela de sua casa, mas a bala só tocou a roupa e o manto do Cardeal.

Quando se propagou em Milão uma terrível peste, são Carlos se dedicou aos cuidados dos enfermos. Como seu clero não era o suficiente para atender as vítimas, pediu ajuda aos superiores das comunidades religiosas e imediatamente muitos religiosos se ofereceram como voluntários.

Borromeu não se contentou em rezar e atender pessoalmente os moribundos, mas também esgotou seus recursos para ajudar os necessitados e contraiu grandes dívidas.

Foi amigo de são Francisco de Borja, são Felipe Neri, são Pio V, são Félix de Cantalício, santo André Avelino e muitos outros. Chegou inclusive a dar a primeira comunhão ao adolescente são Luís Gonzaga.

Morreu no dia 4 de novembro de 1584, sendo pobre e dizendo: “Já vou, Senhor, já vou”.

São Carlos Borromeu e são João Paulo II
Embora tenham vivido em épocas diferentes, os dois estão unidos por ter histórias parecidas que o próprio são João Paulo II ressaltou em sua audiência de 4 de novembro de 1981.

A primeira semelhança está no nome. "Karol" Wojtyla em português é "Carlos", nome com o qual João Paulo II foi batizado, estando sob a proteção do santo para crescer na missão de ser filho adotivo de Deus.

"Eis o papel que São Carlos desempenha na minha vida e na vida de todos aqueles que usam o seu nome", disse.

A segunda semelhança é em uma arma. Assim como tentaram acabar com a vida do arcebispo de Milão, no século XVI, o papa peregrino enfatizou que o atentado que sofreu em maio de 1981 tinha lhe permitido "olhar, para a vida de modo novo: esta vida cujo início anda unido à memória dos meus pais e ao mesmo tempo ao mistério do batismo e com o nome de são Carlos Borromeu", assinalou.

O terceiro fato parecido está no Concílios. São Borromeu participou no Concílio de Trento e são João Paulo II fez o mesmo no Vaticano II. Como seu padroeiro, o santo do século XX também introduziu os ensinamentos do Concílio em sua própria arquidiocese. 

Por último, está o amor pelos pobres e os doentes. João Paulo II é lembrado por visitar os mais necessitados e Borromeu não hesitou em ajudar pessoalmente os afetados pela praga.

Diz-se que são Carlos Borromeu era tão amado em Milão que quase ninguém dormiu na noite em que ele agonizava. E João Paulo II manteve o mundo em oração antes de morrer.

"Olhando para a minha vida da perspectiva do batismo, olhando através do exemplo de são Carlos Borromeu, agradeço a todos os que, hoje, em todo o período passado e continuamente ainda agora, me sustentam com a oração e por vezes também com grande sacrifício pessoal", disse naquela ocasião o santo polonês.

sábado, 2 de novembro de 2024

COMO LUCRAR INDULGÊNCIA PLENÁRIA NO DIA DE FINADOS.


Hoje (2/11), Dia dos Fiéis Defuntos, um católico pode lucrar a indulgência plenária visitando um cemitério ou alguma igreja para rezar pela alma de algum familiar, amigo, ou alguma alma do purgatório.

Segundo o Diretório de Liturgia da Igreja no Brasil, “aos que visitarem o cemitério e rezarem, mesmo só mentalmente, pelos defuntos, concede-se uma Indulgência Plenária, só aplicável aos defuntos: diariamente, do dia 1º ao dia 8º de novembro, nas condições de costume”.

O diretório também diz que hoje um fiel pode lucrar a indulgência plenária só aplicável aos defuntos fazendo uma visita piedosa “em todas as igrejas, oratórios públicos ou semi-públicos”. Durante a visita, o fiel deve recitar o Pai-Nosso e o Credo.

O Catecismo da Igreja Católica ensina que “a indulgência é a remissão, perante Deus, da pena temporal devida aos pecados cuja culpa já foi apagada; remissão que o fiel devidamente disposto obtém em certas e determinadas condições, pela ação da Igreja, a qual, enquanto dispensadora da redenção, distribui e aplica por sua autoridade o tesouro das satisfações de Cristo e dos santos”.

Segundo a doutrina das indulgências, a indulgência plenária só pode ser adquirida uma vez por dia e é preciso que o fiel cumpra com as três condições que são:

1- Fazer a confissão, rejeitando todo apego ao pecado, inclusive aos veniais. A confissão não precisa ser no mesmo dia, mas pode ser feita em dias próximos.

2- Participar da missa e receber a comunhão eucarística com a intenção da indulgência.

3- Rezar ao menos um Pai-nosso, Ave Maria e Glória pelas intenções do papa, ou outra oração conforme a piedade e devoção do fiel.